FIQUE DE OLHO

sábado, 15 de outubro de 2011

HOMENAGEM DE UMA ALUNA AO DIA DOS PROFESSORES


Só porque é hoje?

Só hoje que vocês merecem ser homenageados? Ainda tem gente que faz essa pergunta. Eu ein.
Pessoas como vocês, que formam cidadãos, que formam profissionais de qualidade, que fazem na maioria das vezes papel de pais de dezenas e dezenas de pessoas que não são parentes nem de terceiro grau, que dão a vida, que dão o sangue pelo que fazem, que trabalham com amor e vem em cada raio de sol o nascer de uma esperança.
Sinceramente? Merecem mais que um muito obrigado, muito mais que um salário digno, muito mais que reconhecimento.
São vistos como super herois por cada aluno, até mesmo pelos mais bagunceiros. Sabe o que vocês são pra nós? Exemplo de coragem, de caráter, perseverança, de honestidade e acima de tudo, de dignidade. Cada um com um jeito especial de dar aula... é, vocês dão bem mais que conteúdo! Vocês passam valores, são formadores de opiniões, são nosso espelho.
Tenho orgulho da profissão que quero exercer, do caminho que quero construir pois os alicerces necessarios eu já tenho: vocês.
Esses dois meses de luta que passei junto a vocês só aumentou minha admiração pela categoria. Vi muita gente apanhando, vi professor literalmente dando o sangue pela educação, nesse momento meu coração apertava, meus olhos encheram d'agua e sabe por quê? Porque ali estavam meus super-heróis, passando por cima do medo para salvar meu futuro.
E o minimo que eu posso fazer é agradecer pela determinação e pelo papel lindo que vocês tem perante a sociedade.

Maria Azevedo. 1 ano. EEFM José de Alencar

terça-feira, 11 de outubro de 2011

ZONAL DO GRANDE ANTÔNIO BEZERRA

Nosso zonal contou com a presença de 97 pessoas.
Iniciou-se com os informes gerais, em seguida cada representante de escola relatou a situação de sua unidade de ensino. Nesse ponto ficou latente a preocupação com a dificuldade de se realizar o conjunto de encaminhamentos apresentados na assembleia. Questionou-se muito o fato de a Apeoc não estar levando a sério o calendário de mobilização.
Eu e outros companheiros tivemos a oportunidade de expor nossa opinião sobre o golpe da apeoc na categoria e nos movimentos sociais com a forma vergonhosa de encerrar a tão falada maior greve na educação de todos os tempos. Com participação do PSTU. A Nivânia estava presente.
Reclamação de muitos professores e do diretor da escola JBM: falta de unidade nos encaminhamentos( ex.: algumas escolas reduziram o horário, outras não).

ENCAMINHAMENTOS:

1. REALIZAR UMA PASSEATA POR SEMANA(MESMO DNO BAIRRO);
2. EXIGIR QUE A APEOC PUBLIQUE NO SITE A DECISÃO DE REDUZIR O HORÁRIO DE AULA(15MINUTOS/AULA);
    OBS.: alguns diretores estão dizendo que só admitem a redução se esta determinação estiver nosite do sindicato.
3. REALIZAR REUNIÃO COM OS PAIS;
4. FORRÓ "PÉ NO PISO PRA NÃO PISAR NA CARREIRA", DIA 29/10 (REDE DE ZONAIS);
5. EXIBIR NA ESCOLA UM PAINEL INFORMATIVO    SOBRE AS NEGOCIAÇÕES E MOBILIZAÇÃO E OUTRO COM A CONTAGEM REGRESSIVA DOS 30 DIAS;
6. DISCUTIR A COMISSÃO DE NEGOCIAÇÃO ESCOLHIDA PELA APEOC;
7. PARTICIPAR DO SEMINÁRIO SOBRE O PISO E FINANCIAMENTO, DIA 14/10;
8. PARTICIPAR DO ATO A SER FECHADO AMANHÃ PELA REDE DE ZONAIS;
9. REALIZAR ZONAIS SEMANAIS INTINERANTES, PREFERENCIALMENTE NAS ESCOLAS ONDE HOUVER RESISTÊNCIA DO DIRETOR OU DE PROFESSORES). PRÓXIMO ZONAL: LICEU VILA VELHA(19/10);
10. PARTICIPAR DE PROTESTO AMANHÃ, ÀS 18H EM FRENTE AO LA MAISON, ONDE ESTARÃO O MINISTRO DA EDUCAÇÃO E O GOVERNADOR CID GOMES.

Valeu Alves.



Por Ivan Melo

sábado, 8 de outubro de 2011

SUSPENSÃO COM MOBILIZAÇÃO

       
    Ontem, sexta-feira, após acirrado debate, a maioria dos professores  presentes ao ginásio Paulo Sarazate. Decidiu pela suspensão da greve, que completava 64 dias de duração. O debate formou-se em torno de duas propostas: continuidade da greve e suspensão com mobilização.
            À medida que os professores iam chegando ao ginásio Paulo Sarazate, os grupos das diversas regionais juntavam-se para já discutirem entre si os rumos da greve. Nós do Zonal VI (VI legião) realizamos um mini-zonal, mas que de pequeno não teve nada, pois logo estávamos com pelo menos 15 inscritos para expor de forma democrática suas posições. O mesmo ocorria com os demais zonais das outras regiões. Mas nós, da VI Legião, éramos a todo instante consultado sobre qual era a nossa posição.
             Este blogueiro, que vos bloga, digo, que bloga a vocês, defendeu a ideia de que aquele era o momento de recuarmos, não porque estamos fracos, mas porque somos fortes e não devemos temer a desmobilização da categoria. Precisávamos retornar à escola para dizermos aos alunos e familiares que não somos intransigentes,  como o governo quer dizer à sociedade através de uma mensagem veiculada de minuto a minuto nas principais emissoras de tevê.  Outrossim, que não podemos perder a força que temos, não podemos deixar que a greve atinja uma curvatura diferente da que atingiu na última semana e retornar aos esvaziamento da semana pré-antecedente, que precipitaram os movimentos errados do governo. Fazer o quê? Esperar um novo erro do governo? Ficou claro que a retirada das grades que definiam o quadrilátero de proteção do palácio da Abolição, que surpreendeu aos mais de dez mil caminhantes na segunda-feira, 03 de outubro, foi uma provocação do Executivo, para que cometêssemos um deslize, pois ele já acenava: "não vamos mais errar". Por isso, diante desse cenário defendíamos a suspensão da greve com mobilização.  
           Dentro do nosso zonal, alguns companheiros defenderam a manutenção do movimento grevista, alegando que não havíamos ganho nada de fato e que o governo não é confiável. Que havíamos "apanhado" e que recuar agora seria covardia. Ao final desse mini-zonal, houve de comum acordo a decisão que não faríamos ali uma votação e que cada um votaria de acordo com sua convicção.


terça-feira, 4 de outubro de 2011

NÓS QUE AMÁVAMOS TANTO A REVOLUÇÃO


          Esses dias comemorou-se a aniversário de dois brasileiros muito importantes para nossa história, para luta pela democratização , e a luta pela educação pública. D. Paulo Evaristo e Paulo Freire. Dois Paulos. Ambos 90 anos. D. Paulo, corajosamente, rompia o silencio imposto pela ditadura para denunciar a tortura, acolher os torturados e silenciados. Teve papel fundamental para resgatar a memória desse período com o projeto “Tortura Nunca Mais”. Freire tocou as consciências. Acreditava na autonomia e não na tutela, no compromisso e chamava ao coletivo: “Nóss educamos uns aos outros. Ninguém se educa sozinho”. Acreditava na transformação e na educação como fundamental para isso. Ambos declararam sua crença nos seres humanos. No povo e no poder do povo. Por isso, a educação precisa(va) tomar lugar. Educação para a liberdade! Freire não está mais entre nós; D. Paulo, sim.

          Pensei muito nesses dois homens, enquanto assistia às cenas de violência contra os professores e professoras na Assembleia Legislativa. Outra vez, o parlamento como palco de violência contra educadores e a educação. Outra vez a violência comandada, e com a cumplicidade daqueles que, não faz tanto tempo, estavam do outro lado do front e agora tentam encontrar os argumentos que justifiquem essa violência descabida. Havia arma branca. Uma faca! Havia infiltrados entre os professores(!), estavam depredando o patrimônio público. Por isso era preciso uma aula de democracia: a policia, os cacetetes, o spray de pimenta, os murros, os chutes, cabelos puxados, o sangue escorrendo da cabeça do professor.
           O Brasil ainda possui 14 milhões de analfabetos. Dizem os especialista que, se juntamos com os analfabetos funcionais, esse número vai para 24 milhões! Os que lutam pela educação, dizem que com menos que 10% do PIB não se reverte esta realidade. Sigo pensando em Dom Paulo e Paulo Freire e me perguntando para que nos serve, os que sonham com outro mundo , estar no poder institucional , senão para transformar esta realidade! Também não posso me furtar a pensar de que matéria são feitos homens e mulheres que não se dobram, não se corrompem, não abrem mão de suas convicções e muito menos de seus sonhos?
Margarida Marques
Membro da Coordenação colegiada do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente - CEDECA/CE
Rua Deputado João Lopes, 83, Centro, Fortaleza/CE, 85- 32524202
margarida@cedecaceara.org.br
cedeca@cedecaceara.org.br
www.cedecaceara.org.br

CORONEL CID E SEUS JAGUNÇOS

CARLOS LATUFF FEZ ESPECIALMENTE PARA NÓS
VEJAM QUE DIMENSÕES NOSSA LUTA ESTÁ ADQUIRINDO!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

TODOS PELA EDUCAÇÃO, ATO DO DIA 03/10/2011

        O maior ato depois que a greve se iniciou, ocorreu hoje, 03 de outubro de 2011. Essa data não dá para esquecer, pois simbolizou a revolta, não dos professores, mas de toda a população de Fortaleza, que representada por suas organizações, compareceu em massa ao ato. 
      Às três horas da tarde, a avenida Desembargador Moreira foi tomada por um batalhão, não de choque, mas de gente. Alunos e professores  da escola pública, alunos e professores de escolas particulares, alunos e professores das universidades públicas; alunos e professores de universidades privadas; membros do movimento Sem-Terra, não almofadinhas, mas agricultores, agricultores e seus filhos; gente que nada tem a ver com a greve dos professores, mas que se indignaram com a covardia do governador, dos deputados e de suas polícias. Por onde passava, o painel formado por 15 mil pessoas, gritando palavras de ordem, era a aplaudido por funcionários públicos e privados, por moradores dos apartamentos de luxo da Aldeota. E todos queriam dizer "nós estamos do lado de vocês, nós compreendemos a ditadura que se instalou no Ceará". A imprensa registrava a nossa alegria, a nossa criatividade. 
         E até ela queria dizer "parabéns, aluta de você também é um pouco nossa". E assim, depois de andarmos por mais de quatro quilômetros, chegamos à residência oficial do governador. Foi cantado o Hino Nacional. Foi celebrada a festa da democracia, contra a tirania. Foi um tapa com luva de pelica na  imagem ensaguentada do governador Cid Ferreira Gomes e seus asseclas.
(Por Professor Alves)



Vejam a alegria de quem luta!"

Alunos de escolas particulares apoiando nossa luta!

Luana se ajeitando para a festa!

Eduardo, nosso mártir!

Apoio de tudo quanto é lado!

Irreverência!






Ao longe, no interior do palácio,o choque observa!
Guardas por trás das grades! 
Gaúcho, gremista e ativista!
Aquele de amarelo sou eu, não parece, mas sou eu sim!
Tia Lourdes, Vó da Rosa!

Receba, Cid Gomes!






















   

domingo, 2 de outubro de 2011

Antonio Mourão Cavalcante


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Médico, antropólogo e professor universitário


Não gostaria de voltar ao assunto, mas as circunstâncias me obrigam. Refiro-me à greve dos professores. A agressão - chamar aquilo de confronto é um eufemismo bajulatório – quando professores foram barrados, agredidos e feridos. Foi a crônica da morte anunciada...

Será que não se poderia esperar outra coisa do governador e de seu coadjuvante, o presidente da Assembleia Roberto Cláudio? Os dois abusaram não da força, mas da incompetência. Batalhão de Choque invadir Assembleia por causa de manifestação de professores? Estupidez. Aliás, esses dois jovens entraram na política de modo muito linear, não sabem o que é isso. Imaginam-se senhores absolutos do poder. São ingênuos...

Dos deputados eu esperava algo mais contundente. Batendo aquela porta, os professores pensavam encontrar canais de negociação e entendimento. Ledo engano. Os deputados tiraram uma onda de Pilatos. Lavaram as mãos enquanto os professores eram espancados. Pobre Legislativo que se acredita mais um grêmio literário que uma Casa do Povo. Pois os mestres apanharam, diante deles, e eles não reagiram.

Fica claro, sobretudo para um grupo de parlamentares, o quanto a omissão foi grave. Refiro-me aos deputados identificados com de esquerda (PT, PC do B, PDT, PSB, etc.) que, abobalhados, não souberam reagir e não esboçam qualquer posição diante de tamanha violência. 

Esqueceram as lutas. Acovardaram-se ao troco de migalhas do Poder. Para mim foi a decepção mais gritante.

Claro que essa manifestação dos professores é política. Essencialmente política. Não são marginais, nem bandidos ou assaltantes perigosos. Trata-se de cidadãos que buscam a consolidação de direitos assegurados por lei federal. "Se te calares, até as pedras clamarão."

O impasse, alimentado pela empáfia do governador, está instalado. Os professores acabam de votar pela continuidade da greve. Estão decididos a não recuar. Vão mandar mais policiais? Vão convocar mais Batalhões? Precisa de mortos?

Senhores, a hora é muito séria para entregar a solução a amadores.