FIQUE DE OLHO

segunda-feira, 4 de março de 2013

NOTA EM REPÚDIO A ANTECIPAÇÃO DO CALENDÁRIO DAS ESCOLAS ESTADUAIS



Pela educação se luta por completo


           Começo esse texto sabendo que não terei o apoio da maioria de meus colegas professores, mas isso 
não me impede de expressar minha indignação diante de mais um descaso e autoritarismo do governador 
Cid Gomes, que faz a lei de marionete. 
          Por decisão de cunho meramente político, Estado e Município anteciparam o término do ano letivo 
de 2012, furtando, assim, dos alunos do município e do estado, em média, 20 dias letivos (nas escolas 
estaduais esse número é menor e variante, pois o calendário escolar foi elaborado de forma diferenciada em 
cada estabelecimento de ensino). Além disso, houve o estrangulamento do período de recuperação a que os 
alunos têm direito, passando este de 10 para 5 dias. Isso em algumas escolas, pois em outras, as coisas são 
bem piores, sendo a recuperação com atividades domiciliares.
         Com isso, mais uma vez o governo do Ceará desobedece a uma lei federal – Lei de diretrizes e base 
da educação (LDB) - que dita em seu art. 24 que os alunos da educação básica terão no mínimo 800 horas 
distribuídas em 200 dias letivos. Dessa forma, torna-se praxe deste governador infringir leis federais, vez que 
há pouco tempo, também por desobediência, não cumpriu a Lei do Piso Salarial, desvalorizando e 
desqualificando os profissionais do magistério, que há anos vinham lutando por isso. 
          Lutamos com unhas e dentes pela aplicação da lei do piso em sua integralidade e até hoje estamos 
de prontidão esperando. Gritamos que, para uma melhor qualidade na educação, o que refletiria 
diretamente na aprendizagem dos nossos alunos, seria necessária e imprescindível a aplicação da lei. 
Levamos os alunos conosco para lutar pela educação pública, colocando para eles que, se a lei fosse 
cumprida, teríamos mais tempo para planejar melhor as aulas, e com a valorização salarial, não 
precisaríamos trabalhar 3 turnos. 
         Agora a situação se inverte e o direito desrespeitado é o dos alunos. E aqui, questiono a atitude de 
muitos colegas professores, que deveriam defender a qualidade da educação, qualidade essa que fazia parte 
do nosso discurso à época da greve e que é assegurada por lei aos alunos. A eles, também se deve os 
completos dias letivos, o cumprimento do planejamento de suas aulas e de seus conteúdos que são pré-
requisitos para os anos posteriores. Isso sem falar da supressão de metade do período de recuperação dos 
que não atingiram (ainda) a média necessária para passar ao ano seguinte. Assim, o ano de 2012 será 
encerrado sem que seja feito um debate e uma reflexão, apenas de acordo com a vontade desse 
(des)governo. 
          Quando o aluno vem nos questionar que a greve somente lhes prejudica, pois perdem aula e atrasa 
o calendário, qual a nossa resposta? A culpa é do governo, que demora para negociar e não atende os 
compromissos acordados com a categoria. Agora esse (des)governo retira os dias do aluno, prejudicando o 
seu currículo, e nós não apontamos mais que a culpa é do governador! Aos nossos direitos não cumpridos, 
temos quem culpar, e de fato, eles são os culpados. No entanto, quando é o direito dos alunos, fingimos que 
não há nada de errado, ao contrário, comemoramos com alívio e vitória. Diante disso, omitimos informações 
legais aos nossos discentes, fazendo com que eles recebam o prejuízo deles com o mesmo sentimento de 
vitória. 
          Nós, professores, deveríamos ser os primeiros a defender o direito dos nossos aprendizes, assim 
formando-os, informando-os e refletindo com eles esse processo de formação cidadã. Além de toda essa 
crítica que faço aos meus colegas, que já ratifico que não venho com tom de julgamento, mas de opinião 
com argumentos, queria também não deixar de fora desta, os Conselhos Municipal e Estadual de Educação e o Ministério Público. Repudio o apoio desses setores a decisão do secretário municipal de educação e agora a decisão da SEDUC, vez que esses deveriam ser os primeiros a proteger e a legitimar a lei. Porém, em contrapartida, atrelam-se politicamente com o governo, permitindo que eles façam da lei o que bem 
entendem. 
          Espero que se possa fazer um debate bem sério, democrático e responsável nas escolas e ampliar 
esse debate ao conjunto da categoria. Para isso, precisaríamos de um apoio organizacional e logístico do 
sindicato APEOC, através de uma assembleia extraordinária. Sobretudo, porque apoiando atitudes como 
estas, cada vez mais damos precedentes ao governo em continuar sua política de desmando e autoritarismo, 
passando por cima da lei e dos direitos dos professores e alunos. 

Rebeca Veloso
Professora de Matemática - SEDUC
Tutora UAB/IFCE

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

NÃO IREI!



            Amigos professores, amigas professoras, não se iludam: a greve acabou!
          Não, eu não estou falando da greve dos professores, da nossa greve, que se iniciou em agosto deste ano, 2011, e que alguns teimam em manter e outros em acabar. Falo da greve como aprendemos a ver, a presenciar e lutar pelo resultado positivo. A greve dos motoristas de ônibus, dos bancários. A Greve Geral de 1986 ou a de 89. A famosa greve dos metalúrgicos do ABC paulista, liderada por quele que trinta anos depois viria acabar com a GREVE.
Sindicato chapa branca!

        É preciso reinventar o conceito de greve para que possamos reinventar nossa luta. Há quanto tempo os professores estamos lutando por migalhas, que os governos se negam a dar, até esmigalhar as migalhas para nos dar as migalhas das migalhas? Difícil precisar. Por isso temos que reinventar esse mecanismo. Para tal precisamos nos interrogar: a quem interessa a greve e a quem não interessa a greve? Amanhã vocês estarão lá no Ginásio Paulo Sarasate para mais uma assembleia. EU NÃO ESTAREI. Estou farto desses babões e dessas babonas que tentam e fazem a nós, os professores, de massa de manobra. Vocês que lá estarão verão mais uma vez a APEOC com seu discurso fajuta, tentando enganar os filiados, fazendo-se passar mais uma vez por representante da categoria. Não podemos acreditar nessa associação que é filiada à CUT. Ah, é com saudades que me lembro da Rosa Fonseca e Maria Luíza gritando a fartos pulmões: “Central Ú-ni-ca do Trabalhadores...” fazia apenas um ano que o PT havia sido fundado, e com ele sua central de sindicatos. Lembremos que José Pimentel, quando aqui esteve e foi inquirido sobre a postura do governo federal a respeito da postura do governador Cid Gomes, foi peremptório em afirmar: “O governador é nosso aliado...”. Como podemos acreditar nessa associação (APEOC), filiada à CUT, ao PT e aliada de um governo neoliberal, disfarçado de socialista? Vocês acreditam?
PSTU, em busca de palanque

        Por outro lado, colegas, temos os parasitas da greve. São aquelas pessoas que precisam do palanque, que nós, com nossas necessidades, lhes emprestamos. Fazem-se de heróis, deixam-se até espancar, sangram, mas não querem perder de nenhum modo a greve. É com desespero que se organizam, se confabulam e em nome da carreira, a qual muitos nem têm, defendem a manutenção da paralisação. Mentem, assim como a APEOC, encobrindo seus verdadeiros motivos. Estou falando do pessoal do PSTU, de Acrísio Sena, que hoje lambe os pés da prefeita Luiziane. Vendeu-se por um cargo no segundo escalão. Estou falando do POR, que cooptou alguns jovens e tenta se alicerçar como partido. Essa greve para eles é tudo ou nada. Se ela acaba, acaba a ideia de partido. Falo do Crítica Radical de maria Luíza e Rosa Fonseca. Com certeza, de todos, o mais bem intencionado, pois tanto Rosa como Maria, poderiam ser hoje deputadas, senadoras ou o que quisessem. Mas não se venderam, não se corromperam, como Artur Bruno, Nélson Martins, Inácio Arruda e Lula.
Vergonha da política nacional
         Por isso não irei à assembleia, pois me repugna o discurso falso de qualquer que seja o segmento, qualquer que seja o lado, quando faltam com a verdade, quando faltam com a honestidade. Tenho um sensor que me avisa. E acredito mais nele do que em todas as palavras ocas que serão ditas amanhã!
(Professor Alves) 

sábado, 15 de outubro de 2011

HOMENAGEM DE UMA ALUNA AO DIA DOS PROFESSORES


Só porque é hoje?

Só hoje que vocês merecem ser homenageados? Ainda tem gente que faz essa pergunta. Eu ein.
Pessoas como vocês, que formam cidadãos, que formam profissionais de qualidade, que fazem na maioria das vezes papel de pais de dezenas e dezenas de pessoas que não são parentes nem de terceiro grau, que dão a vida, que dão o sangue pelo que fazem, que trabalham com amor e vem em cada raio de sol o nascer de uma esperança.
Sinceramente? Merecem mais que um muito obrigado, muito mais que um salário digno, muito mais que reconhecimento.
São vistos como super herois por cada aluno, até mesmo pelos mais bagunceiros. Sabe o que vocês são pra nós? Exemplo de coragem, de caráter, perseverança, de honestidade e acima de tudo, de dignidade. Cada um com um jeito especial de dar aula... é, vocês dão bem mais que conteúdo! Vocês passam valores, são formadores de opiniões, são nosso espelho.
Tenho orgulho da profissão que quero exercer, do caminho que quero construir pois os alicerces necessarios eu já tenho: vocês.
Esses dois meses de luta que passei junto a vocês só aumentou minha admiração pela categoria. Vi muita gente apanhando, vi professor literalmente dando o sangue pela educação, nesse momento meu coração apertava, meus olhos encheram d'agua e sabe por quê? Porque ali estavam meus super-heróis, passando por cima do medo para salvar meu futuro.
E o minimo que eu posso fazer é agradecer pela determinação e pelo papel lindo que vocês tem perante a sociedade.

Maria Azevedo. 1 ano. EEFM José de Alencar

terça-feira, 11 de outubro de 2011

ZONAL DO GRANDE ANTÔNIO BEZERRA

Nosso zonal contou com a presença de 97 pessoas.
Iniciou-se com os informes gerais, em seguida cada representante de escola relatou a situação de sua unidade de ensino. Nesse ponto ficou latente a preocupação com a dificuldade de se realizar o conjunto de encaminhamentos apresentados na assembleia. Questionou-se muito o fato de a Apeoc não estar levando a sério o calendário de mobilização.
Eu e outros companheiros tivemos a oportunidade de expor nossa opinião sobre o golpe da apeoc na categoria e nos movimentos sociais com a forma vergonhosa de encerrar a tão falada maior greve na educação de todos os tempos. Com participação do PSTU. A Nivânia estava presente.
Reclamação de muitos professores e do diretor da escola JBM: falta de unidade nos encaminhamentos( ex.: algumas escolas reduziram o horário, outras não).

ENCAMINHAMENTOS:

1. REALIZAR UMA PASSEATA POR SEMANA(MESMO DNO BAIRRO);
2. EXIGIR QUE A APEOC PUBLIQUE NO SITE A DECISÃO DE REDUZIR O HORÁRIO DE AULA(15MINUTOS/AULA);
    OBS.: alguns diretores estão dizendo que só admitem a redução se esta determinação estiver nosite do sindicato.
3. REALIZAR REUNIÃO COM OS PAIS;
4. FORRÓ "PÉ NO PISO PRA NÃO PISAR NA CARREIRA", DIA 29/10 (REDE DE ZONAIS);
5. EXIBIR NA ESCOLA UM PAINEL INFORMATIVO    SOBRE AS NEGOCIAÇÕES E MOBILIZAÇÃO E OUTRO COM A CONTAGEM REGRESSIVA DOS 30 DIAS;
6. DISCUTIR A COMISSÃO DE NEGOCIAÇÃO ESCOLHIDA PELA APEOC;
7. PARTICIPAR DO SEMINÁRIO SOBRE O PISO E FINANCIAMENTO, DIA 14/10;
8. PARTICIPAR DO ATO A SER FECHADO AMANHÃ PELA REDE DE ZONAIS;
9. REALIZAR ZONAIS SEMANAIS INTINERANTES, PREFERENCIALMENTE NAS ESCOLAS ONDE HOUVER RESISTÊNCIA DO DIRETOR OU DE PROFESSORES). PRÓXIMO ZONAL: LICEU VILA VELHA(19/10);
10. PARTICIPAR DE PROTESTO AMANHÃ, ÀS 18H EM FRENTE AO LA MAISON, ONDE ESTARÃO O MINISTRO DA EDUCAÇÃO E O GOVERNADOR CID GOMES.

Valeu Alves.



Por Ivan Melo

sábado, 8 de outubro de 2011

SUSPENSÃO COM MOBILIZAÇÃO

       
    Ontem, sexta-feira, após acirrado debate, a maioria dos professores  presentes ao ginásio Paulo Sarazate. Decidiu pela suspensão da greve, que completava 64 dias de duração. O debate formou-se em torno de duas propostas: continuidade da greve e suspensão com mobilização.
            À medida que os professores iam chegando ao ginásio Paulo Sarazate, os grupos das diversas regionais juntavam-se para já discutirem entre si os rumos da greve. Nós do Zonal VI (VI legião) realizamos um mini-zonal, mas que de pequeno não teve nada, pois logo estávamos com pelo menos 15 inscritos para expor de forma democrática suas posições. O mesmo ocorria com os demais zonais das outras regiões. Mas nós, da VI Legião, éramos a todo instante consultado sobre qual era a nossa posição.
             Este blogueiro, que vos bloga, digo, que bloga a vocês, defendeu a ideia de que aquele era o momento de recuarmos, não porque estamos fracos, mas porque somos fortes e não devemos temer a desmobilização da categoria. Precisávamos retornar à escola para dizermos aos alunos e familiares que não somos intransigentes,  como o governo quer dizer à sociedade através de uma mensagem veiculada de minuto a minuto nas principais emissoras de tevê.  Outrossim, que não podemos perder a força que temos, não podemos deixar que a greve atinja uma curvatura diferente da que atingiu na última semana e retornar aos esvaziamento da semana pré-antecedente, que precipitaram os movimentos errados do governo. Fazer o quê? Esperar um novo erro do governo? Ficou claro que a retirada das grades que definiam o quadrilátero de proteção do palácio da Abolição, que surpreendeu aos mais de dez mil caminhantes na segunda-feira, 03 de outubro, foi uma provocação do Executivo, para que cometêssemos um deslize, pois ele já acenava: "não vamos mais errar". Por isso, diante desse cenário defendíamos a suspensão da greve com mobilização.  
           Dentro do nosso zonal, alguns companheiros defenderam a manutenção do movimento grevista, alegando que não havíamos ganho nada de fato e que o governo não é confiável. Que havíamos "apanhado" e que recuar agora seria covardia. Ao final desse mini-zonal, houve de comum acordo a decisão que não faríamos ali uma votação e que cada um votaria de acordo com sua convicção.


terça-feira, 4 de outubro de 2011

NÓS QUE AMÁVAMOS TANTO A REVOLUÇÃO


          Esses dias comemorou-se a aniversário de dois brasileiros muito importantes para nossa história, para luta pela democratização , e a luta pela educação pública. D. Paulo Evaristo e Paulo Freire. Dois Paulos. Ambos 90 anos. D. Paulo, corajosamente, rompia o silencio imposto pela ditadura para denunciar a tortura, acolher os torturados e silenciados. Teve papel fundamental para resgatar a memória desse período com o projeto “Tortura Nunca Mais”. Freire tocou as consciências. Acreditava na autonomia e não na tutela, no compromisso e chamava ao coletivo: “Nóss educamos uns aos outros. Ninguém se educa sozinho”. Acreditava na transformação e na educação como fundamental para isso. Ambos declararam sua crença nos seres humanos. No povo e no poder do povo. Por isso, a educação precisa(va) tomar lugar. Educação para a liberdade! Freire não está mais entre nós; D. Paulo, sim.

          Pensei muito nesses dois homens, enquanto assistia às cenas de violência contra os professores e professoras na Assembleia Legislativa. Outra vez, o parlamento como palco de violência contra educadores e a educação. Outra vez a violência comandada, e com a cumplicidade daqueles que, não faz tanto tempo, estavam do outro lado do front e agora tentam encontrar os argumentos que justifiquem essa violência descabida. Havia arma branca. Uma faca! Havia infiltrados entre os professores(!), estavam depredando o patrimônio público. Por isso era preciso uma aula de democracia: a policia, os cacetetes, o spray de pimenta, os murros, os chutes, cabelos puxados, o sangue escorrendo da cabeça do professor.
           O Brasil ainda possui 14 milhões de analfabetos. Dizem os especialista que, se juntamos com os analfabetos funcionais, esse número vai para 24 milhões! Os que lutam pela educação, dizem que com menos que 10% do PIB não se reverte esta realidade. Sigo pensando em Dom Paulo e Paulo Freire e me perguntando para que nos serve, os que sonham com outro mundo , estar no poder institucional , senão para transformar esta realidade! Também não posso me furtar a pensar de que matéria são feitos homens e mulheres que não se dobram, não se corrompem, não abrem mão de suas convicções e muito menos de seus sonhos?
Margarida Marques
Membro da Coordenação colegiada do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente - CEDECA/CE
Rua Deputado João Lopes, 83, Centro, Fortaleza/CE, 85- 32524202
margarida@cedecaceara.org.br
cedeca@cedecaceara.org.br
www.cedecaceara.org.br

CORONEL CID E SEUS JAGUNÇOS

CARLOS LATUFF FEZ ESPECIALMENTE PARA NÓS
VEJAM QUE DIMENSÕES NOSSA LUTA ESTÁ ADQUIRINDO!